5 octobre 2006
ASSEMBLEIA MUNDIAL DOS POLITICOS E DOS CIDADÃOS PELA ÁGUA (AMECE) 18,19/20 de março de 2007 Parlamento Europeu
"ASSEMBLÉIA MUNDIAL DOS POLITICOS E DOS CIDADÃOS PELA ÁGUA (AMECE)
18,19/20 de março de 2007 Parlamento Europeu
Presidente : Pierre Galand
Idealização : Ricardo Petrella
Cisme (Comissão para o Contrato Mundial da Água)
Coordinação Geral: Judith Fraeys e Christian Legros
Chamada à participação no Comitê Organizador Internacional
1. Orígem da idéia do AMECE
A idéia de uma Assembléia Mundial dos Eleitos e dos Cidadãos para a
Água (AMECE) foi apresentada por ocasião dos resultados do primeiro FAMA
(Fórum Alternativo Mundial da Água), em Florença, em 2003. As primeiras
diligências visando sensibilizar o governo belga para a realização da
Assembléia em 2006 na Bélgica foram feitas no fim de 2004 pela
Associação Belga para o Contrato Mundial da Água e outras organizações da
sociedade civil belga ativas no domínio da água e nos direitos dos cidadãos.
Foi apresentada igualmente durante os trabalhos do 2 ° FAMA em Genebra
em 2005 e em outros encontros internacionais importantes dos movimentos
altermondialistes como o Fórum Social Mundial descentralizado Bamako
(2006) e o de Caracas (2006). Alguns movimentos exprimiram reservas em
relação à idéia. A partir desta divergência, manifestaram também
reflexões
quanto à representatividade da iniciativa.
2. A idéia central do AMECE encontrou um apoio nas resoluções de
Bamako, de Caracas e do México
O AMECE parte de uma dupla constatação positiva:
a) As lutas contra a privatização dos serviços hídricos e o
marchandisation da água conduzidos estes quinze últimos anos através do mundo obtiveram na América Latina, na Ásia, na África e em certos países
europeus ocidentais vitórias importantes. Insuficientes, é certo,
mas que
marcaram uma forte inversão de tendência, como na Bolívia, no Uruguai, na
Venezuela, na Itália (estas últimas semanas). _ Outras instâncias
políticas e institucionais, como o Parlamento europeu, tomaram posição
claramente favorável ao reconhecimento do direito humano à agua e água como
bem comum. Isso significa que compete ao movimento mundial da água
construir, em parte, a sua estratégia de ação para o futuro sobre a
aquisição destas vitórias, indo para além da repetição das denúncias dos
problemas e simples enunciação das propostas alternativas;
b) Graças às vitórias obtidas, a água tornou-se parte integrante da
agenda política das nossas sociedades, tanto no plano local e nacional,
quanto no internacional, sobretudo no âmbito das negociações do
OMC_AGCS e das uniões comerciais regionais (Mercado único da União Europeia, NAFTA, Mercosul...). A problemática da água entrou na agenda dos poderes políticos. Esta mudança leva a uma relação dialética nova entre os
movimentos e a política/instituições públicas. Certamente, o fato de que um
número crescente de coletividades locais, regionais e governos
nacionais tornaram-se favoráveis à água, não deve incitar a reduzir o nível de mobilização militante. Mas hoje esta
mobilização não deve mais
fazer-se, em certos lugares, contra as instituições e sim incentivar mudanças, se for o caso, radicais, das políticas concretas pelas instituições favoráveis, os governos favoráveis. Estas duas constatações foram postas em destaque e confirmadas nos Fóruns Bamako, de Caracas e do México
Declarações finais. Estas foram impregnadas pela convicção de que
uma fase nova, importante, abriu-se na história das batalhas pela água e
na militância política da bandeira da água, com os militantes chamados
a demonstrar capacidades de transformação das suas propostas em
programas de ação e de mudanças efetivas. Em certos lugares é necessário, no que diz respeito aos papéis respectivos, fincar ao mesmo tempo o agulhão
e o "controlador" de conformidade com as decisões e as ações da
política dos compromissos tomados. Tais são as razões que fazem com que o
objetivo inovador do AMECE seja centrado no compromisso para a ação pelos
participantes na Assembléia com base numa troca de análises e de debates
mais abertos, profundos e mais concretos possível.
3. O objetivo principal do AMECE - convite para fazer parte do Comité Organizador Internacional
O objetivo principal do AMECE consiste em uma série de compromissos
para a ação pelos participantes ao AMECE no âmbito de um momento comum
de intercâmbio- antes,durante e depois do AMECE, de todos os assuntos
participantes portadores de uma cultura de cidadania responsável e
solidária do direito humano à água e a uma gestão da água pública, coletiva,
como bem comum, patrimônio da humanidade e de todas as espécies vivas.
Não haverá projetos, de propostas, nem de compromisso fixados,
preparados, empacotados, por antecipação. A estratégia almejada é fazer avançar
sobre o terreno, a partir dos contextos locais e nacionais que se têm
tornado favoráveis às soluções concretas. Por "concretos" entendem-se
soluções que operam nos planos jurídicos, institucionais, sociais,
culturais, económicos, financeiros e tecnológicos.
Para este fim, convidamos todos os movimentos, as associações, os
representantes de instituições públicas, os sindicatos, os eleitos locais,
regionais, nacionais e internacionais, os representantes dos governos
locais e nacionais que se identificam com estes princípios, objetivos e
propostas contidos nas declarações de Bamako, de Caracas e do México a
participarem ativamente na organização e na realização da Assembléia
Mundial dos Eleitos e dos Cidadãos pela Água (AMECE) que realizar-se-á no
Parlamento Europeu, em Bruxelas (Bélgica), nos dias 18, 19 e 20 de
Março de 2007.
4. Os atores da Assembléia
Os protagonistas convidados e esperados na Assembléia são os cidadãos
membros de movimentos, de associações e os "cidadãos" a título
individual e a sociedade civil em geral - os eleitos de instituições
representativas públicas coletivas locais, regionais, nacionais e internacionais
- os sindicatos nacionais e as
agregações internacionais dos sindicatos
diretamente referidos pela problemática da água (função pública,
serviços públicos, recursos naturais, ambiente, saúde, desenvolvimento
territorial.......) incluindo as empresas e os organismos públicos de
gestão do conjunto do ciclo da água (todos os usos da água, e reciclagem e
tratamento das águas residuais) - os representantes dos governos dos
países que decidiram aplicar uma política da água fundada sobre o direito
humano à água para todos, sobre a propriedade e a gestão públicas da
água e os serviços hídricos e o seu financiamento público e/ou
cooperativo, comunitário, sobre a
participação efetiva dos cidadãos na
política da água.
5. AMECE e compromisso
A título puramente indicativo, e para dar exemplos ilustrativos do
que poderiam ser compromissos a ter pelos diversos participantes ao
AMECE, podemos mencionar
a) Compromisso por todos os participantes:
- Elaboração de um texto que codifique o direito à água e cujos
princípios fundadores deveriam ser transpostos nas leis fundamentais dos
países, os tratados internacionais e "regionais", das convenções
- Ações de reforço dos instrumentos juridico-institucionais que
existem de proteção e promoção dos direitos à água como os Tribunais da água
na América Latina, o Tribunal dos Povos, o novo Comité dos direitos
humanos da O.N.U....
b) Compromisso para os políticos
- adotar a nível das coletividades que eles representam, as medidas
legislativas que reconhecem e fazem respeitar o direito humano à água e
a responsabilidade coletiva pelo uso sustentável da água
- Definir (ou redefinir) quadros legislativos que permitam promover
modelos de gestão pública dos recursos hídricos que sejam certamente
democráticos, participados e expressão de uma cultura da água não
"produtiviste" e consumidora
- Garantir a cada pessoa o acesso a 50 litros de água potável por dia
a cargo da coletividade. Para esse efeito, e a partir deste direito,
redefinir sistemas adequados de financiamento público, coletivo e/ou
cooperativo ou solidário, os custos ligados a uma política coerente e
integrada de todas as águas
- Nos países "ricos", adotar o princípio do subsídio do cêntimo de
euro por metro cúbico de água produzida para o financiamento de projeto
de solidariedade internacional
- Aplicar medidas eficazes e estruturais de revisão dos métodos de
uso da água na agricultura e na indústria e o turismo, promovendo,
designada e rigorosamente uma política participativa de economia hídrica
- Garantir uma planificação a longo prazo interbacias e uma política
de uso cooperativa e solidária capaz de erradicar as causas estruturais
de conflitos, ou mesmo de guerra, entre territórios e países pelo
acesso e o uso da água
c) Compromisso dos sindicatos
- Propor e/ou apoiar a adoção de modelos de gestão pública da água e
os serviços hídricos e as formas de parceria inter-regionais
pública/pública
- Criação de uma rede internacional/observatório para o controle e o
acompanhamento das atividades das empresas multinacionais da água
- Promoção de atividades de formação e promoção de novos ofícios
ligados à água e o seu melhor uso, sustentável e participativo
d) Compromisso para as empresas públicas
- Promoção de políticas de gestão do ciclo integral da água fundadas
sobre a economia dos recursos hídricos e sobre a luta contra os
desperdícios e as
perdas, designadamente por uma política de inovação
tecnológica realmente inovadora que implique a participação dos cidadãos
- Apoiar e estimular o desenvolvimento de práticas de gestão
participadas pelos cidadãos, as associações e as instituições locais mais
diretamente referidas
- Promover novos modelos de relatórios/balanços anuais sociais e
ambientais; definição de novos mapas de serviços; innover no plano dos
inquéritos junto aos cidadãos/utilizadores
- Reforçar de maneira sistemática a cooperação estreita entre as
empresas públicas ao plano interbacias, nacional, continental e mundial
através da criação de associações/federações de empresas públicas da água
(exemplo de "AquaPublica" em Itália....)e, assim sucessivamente...
- Cada categoria de participante deve pensar a definir e a elaborar
os seus próprios compromisso. Mais a informação e as trocas sobre os
conteúdos destes compromisso a serem efetuadas antes mesmo do AMECE, mais
rica, cooperativa e participativa serão a organização e a realização da
Assembleia.
- Pareceu evidente ao primeiro grupo inicial internacional que se
reuniu em Milão no dia 24 de Junho passado, que mais numerosos serão os
movimentos sociais ativos na água através do mundo participam neste
trabalho de trocas das idéias e os compromisso, mais o processo que efetua o
AMECE será forte, variado, rico.
- Este documento constitui uma chamada, um convite a trabalhar
juntos. Não se trata de um programa que surgiu do nada. A nossa
trajetória
inscreve-se nas práticas de preparação e organização dos fóruns sociais
mundiais, nacionais, citadinos...
- Dentro destas perspectivas, nós propomos que a concertação e a
planificação comuns dos objetivos e as modalidades de
organização do AMECE
façam-se pelo menos através de três momentos de encontro aos quais são
convidados a participar todos os que desejarem e puderem
(materialmente, sobretudo), nas datas seguintes:
- Novembro de 2006 à Marselha (França) -
Janeiro de 2007 à Nairobi
(QUÉNIA), por ocasião dos VII Fóruns Sociais Mundiais - Fevereiro de 2007
à Bruxelas (Bélgica) Propõe-se que as adesões e as propostas e
comentários sobre o AMECE sejam transmitidos provisoriamente ao Comitato
Italiano per ele Contratto Mundial dell' Acqua (segreteria organizzativa
presso CeVI, acqua@cevi.coop - tel. 0039.0432.548886 - telefax
0039.0432.486929
- Nossos agradecimentos e saudações cordiais
- Às associações presentes na 1a reunião preparatória do Comité
internacional que se celebrou em Milão o 24 de Junho de 2006
- Comitato Italiano per il Contratto Mondiale dell' Acqua. Itália
- Associação para o Contrato Mundial da Água, Suíça (em representação
igualmente do ACME França e o ACME
Quebeque)
- Associação para o Contrato Mundial da Água, Mali
- Associação para o Contrato Mundial da Água, Marrocos
- Comité organizador belga de AMECE, Bélgica
- COMDAV, Uruguai
- União de
Usuarios lá Consumidores, Argentina
- Confederazione Generale Italiana del Lavoro
- CGIL/Funzione pubblica, Italie (em representação também do European
Público Serviços União-EPSU) - ATTAC, Itália
- Associazione Italiana degli Eletti per l' Acqua (Associação de
eleitos para a água) - Italie (ediz r.p 5.07.07)
- Correio electrónico: Secretariado Bélgica:
Judy Fraeys: judyfraeys@yahoo.fr;
Inêz Oludé
revistabrazilnaeuropa@yahoo.com.br
Membro da Commissão Cultural pela Amece
Orgnização da exposição de arte contemporânea
a Gota dAgua,que acontecerá na Maison Pelgrins,
dia 21 de março 2007, no âmbito da Assembléia Mundial dos Politicos e Cidadãos pela Agua
(AMECE)